Luto com a poeira
da maneira mais vã
tão logo dela se devia
minha atenção.
Quando menos se espera
lá está ela:
sobre o livro aberto
– não lido –
sobre a estante dos livros
– por ler –
sobre meu trabalho
– abandonado.
Que impertinência!
A me chamar a atenção
sobre tudo o que devia
ter feito
e que até então
não me veio inspiração.
Poeira
a presença do nada
a rondar minha vida.
Promessa de extinção
quando aqui
não mais estiver.
Reinará absoluta
sobre tudo o que é meu:
afetos
amores
ódios
e terrores.
Queres antecipar
essa precipitação?
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