(Sob a inspiração do quadro São Sebastião, de Mantegna, pintado em 1455)
Há um coração atravessado de setas
em todo peito humano,
capaz ainda de bater
apesar
de todo esforço vão de continuar:
a teimosia humana de existir –
invólucro carnal de transcendência.
O sentido pequeno de tudo se reduz à “vaidade das vaidades”
e o mundo é apenas aparência.
Mas que aprendizado!
Viver, a despeito de tudo, ainda é a única forma de evoluir.
Não é atrás de sentidos
no entanto
que andamos
pobres criaturas.
Há uma irredutibilidade de tudo que me comove
uma teimosia de ser que me fascina.
E disso
na medida do possível
fazemos Arte.
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