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julioperezcesar

Sinistro

Desperto lentamente para o mistério essencial das coisas

como quem acorda de um pesadelo depois de haver suado tanto.


Não desfruto, no momento que passa, da graça primaveril da vida

pois meus olhos estão vendados.


Permaneço em silêncio como quem diz uma prece.


Disfarço o meu arrependimento diante dos meus inimigos.


Até a manhã

que o dia traz nova aurora.


O céu, por cima da minha cabeça,

adquire tons pastéis

por causa da tempestade que se aproxima.


Anuncia-se no vento

que vem das plagasargentinas

como a cavalo

nos velhos tempos.


De repente estou sozinho no meio do campo.


Houve a cessação de tudo.


Além da barra

a sensação de não haver mais ninguém.


Angustio-me ante a opressão da espera.

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