Desperto lentamente para o mistério essencial das coisas
como quem acorda de um pesadelo depois de haver suado tanto.
Não desfruto, no momento que passa, da graça primaveril da vida
pois meus olhos estão vendados.
Permaneço em silêncio como quem diz uma prece.
Disfarço o meu arrependimento diante dos meus inimigos.
Até a manhã
que o dia traz nova aurora.
O céu, por cima da minha cabeça,
adquire tons pastéis
por causa da tempestade que se aproxima.
Anuncia-se no vento
que vem das plagasargentinas
como a cavalo
nos velhos tempos.
De repente estou sozinho no meio do campo.
Houve a cessação de tudo.
Além da barra
a sensação de não haver mais ninguém.
Angustio-me ante a opressão da espera.
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